segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Acreditando


imagem tirada de: http://www.blogdosirodarlan.com/?p=1844



Defendo aquilo que acredito
Mas nem sempre o que acredito acredita em mim
Tenho sonhos e por isso acredito
Ainda que os sonhos não venham a mim
Cabe a mim o repouso
Pois o que importa é que acredito em mim


Keroline Sam Martins Labes




quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

QUEM DERA EU CONJUGAR OS VERBOS E USAR BEM OS PRONOMES


Imagem retirada de: https://senhoradesirius.files.wordpress.com/2016/03/1709e-espada-magica.jpg




Quem dera eu ter nascido em família nobre

Mamar nas tetas de minha mãe
Festar as custas de meu pai
Quem dera eu ter tido incentivo de minha mãe
Teria escrito meu livro aos 14 anos
Quisera eu ter nascido com traços leves
Tamanho delicado e voz angelical
Quisera eu ser "perfomatica" a tal ponto de enganar 
Quem dera que eu pudesse apenas ler
Esquecer o farol
Esquecer a casa
Esquecer a fome 
Mas mal nasci com berro e quase morri 
Na fome
Na solidão
Na violência
Mas pra mim não cabe a cena
Não cabe o papel de pequena
Cabe a mim a guerra
A força
A superação
Não nasci em berço de ouro
Não fui bem vinda
Nasci peleando e a mim não cabe fingimento
Quem dera eu ter os movimentos delicados
mas minhas maos foram feitas para ter calos
Minha voz é pra gritar na rua
E meus pés pra me guiar (pela longa estrada)
Quisera eu não ser eu


Keroline Sam Martins Labes


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

VERVE DE VATE


quero te escrever em cada parte do meu corpo
nos teus braços me proteger 
e a cada toque seu me aquecer
fazer do beijo o alimento
e do meu corpo tua casa
aqui é tua morada, 
e tu é a alma.

 Keroline Sam Martins Labes

VIDA


Para minha Terra querida...
enquanto Deus permitir,
passarei tuas noites velando,
e os dias te amando

beberei do teu oceano e devolverei em chuva
fazendo assim germinar a semente, 
gerando o broto, 
fruto do nosso namoro

de tempos em tempos te envio ventos
horas te tocareiem brisa,
e as vezes no meu ciume
em tempestade

ainda que devido as brigas
eu ensaie te deixar
volto, e como pedido de desculpas 
te enfeito em arco multicores

quanto a Lua? essa que me permita a ousadia
dela ate pode pertencer as noites
mas sou eu que no teu colo nasce
e no teu peito morre em fogo.

ainda que não me perceba, estarei aqui 
por completo e nao pela metade.


Keroline Sam Martins Labes

Eu e lirico


Eu a poesia e nada mais.

Anciã mulher
vivida nos tempos de guerra
Rosa palida ja murchou,
Não ha mais espadas,
Nao ha mais guerras,
Apenas a sua alma livre do horror.


 Keroline Sam Martins Labes

sábado, 31 de dezembro de 2016

Quantos nós existem em mim



Eu que não "conjulgo" o verbo


Fácil o "senhô" dizer
O que já experimentou da dor?

Da raiva?
Angústia?
Ou solidão?


Tu que chega e tem os pratos feitos
O abraço de tua tia
O calor da família
Tem um teto onde não te falta nada

Como pode falar da dor
Se apenas conheceu o amor?

Nunca andou imundo em farrapos
Não passou um dia de fome
Não tirou do lixo o sustento
Não andou arrasto pelas ruas,
Pelos becos

O que você sabe da raiva?
Tu que pode dar-te ao luxo de sentar e escrever
Sentar e desenhar
Sentar e estudar

O que sabe da angústia?
Eu que passei fome,
Andei descalço,
Gritei ao mundo surdo
Berrei socorro
Quebrei a cara
Chorei sozinho
Cheguei ao cansaço
Sofri as dores

(sei o que é dor)
Eu que sei respeitar o tempo
Que senti cada segundo da dor
Do estômago vazio
Da carne fraca,
Da perna bamba

(eu bem sei o que é solidão)
Eu descobri a força de ter que pegar a enxada
Plantar a semente
Colher o sustento

(eu sou minha própria mãe e meu próprio pai, mas nunca fui filho)
Tenho uma vida confinada,
Fadada,
Exausta,
Acabada no cansaço

Tu que vai a farra
Que anda em bons trajes
Que canta
Que dorme
Que sabe "dotô"?

Me acha fraco
Me acha nojo
Me acha infantil

Mas o "senhô" não sabe quem sou
Fala por onde devo andar
Sendo que já andei nos quatro cantos
E sozinho aprendi a caminhar

Então "dotô" 
Não venha me falar verdades 
Ditar maturidades
Você não sabe nada
Nada de humanidades

Não entendo das leis
Mas sei o que é guerra
E como é ser forte.



Keroline Sam Martins Labes
Pelo direito a dignidade humana e a igualdade social.

apenas uma reflexao 

O que matou Esmero foi a vida não vivida.
O desrespeito do próximo que mesmo tão próximo não a conhecia.
Foram os sonhos que no fim nunca foram realizados.
As imposições de um comando autocrático.
Foi a voz calada ao tapa e aos berros.
A vontade abafada pela covardia de quem tem mais.
Aaaah
Quem conheceu Agata Esmero sabe que quando sorria fazia de modo contagiante!
Mas com o tempo foi meio que vivendo mais ou menos.
Afinal de contas o que é a vida sem liberdade? Sem sonhos e sem vontade?
Nada mais que respirar!" Ah! Mas pedras não respiram guria! Mais uma vez falando bobagens...pedras só existem não tem vida".
Nada mais de Esmero. Pedras não tem esmero, apenas existem!
Afinal de contas nem é uma pedra preciosa.
Nada mais de Esmero apenas Agata.
Ah ah
É assim que aprendi com a "vida".

Keroline Sam Martins Labes